No passado mês de Setembro, Patrícia Catalão, arquitecta e designer de interiores, assumiu a curadoria do evento Homeing – Interior, Design, Hotel and Home Living, que se realizou no Pavilhão Carlos Lopes, sob o tema Slow living. A seu convite, o Horto do Campo Grande executou o projecto das zonas verdes da área de recepção e sala lounge, espaços com layouts simples e funcionais, onde a preocupação na captação da luz natural e das vistas exteriores estavam bem presentes. 

Uma decoração onde imperavam as peças de materiais naturais, como a madeira, a pedra, o linho, e o algodão, de tons neutros e terrosos, intemporais e que transmitem uma sensação de calma e tranquilidade aos ambientes onde são integrados. Escolhas às quais não é alheia a preocupação com a sustentabilidade por parte de Patrícia Catalão. A integração de plantas nos seus projectos é outra constante já que “conseguem promover uma activa ligação com a natureza e podem ser o ponto inicial da definição de um ambiente ou, funcionar como complemento importante de harmonia estética e sensorial”. Patrícia Catalão partilhou connosco as suas preferências na selecção de plantas – para as zonas exteriores, como terraços, varandas e pátios, recaem em plantas mediterrâneas (oliveiras, figueiras e pinheiros); já nas zonas interiores, gosta de conjugar plantas, como cactos e imponentes strelitzias nicolai, que coloca em vasos de cerâmica com acabamentos mate e tonalidades adequadas ao espaço em que estão inseridas, numa variação entre a terracota, o branco, bege, cinza ou preto.


Recepção Homeing 2023 – Pavilhão Carlos Lopes
Fotografias © Ricardo Oliveira Alves Architecture Photography

No decorrer da nossa conversa tivemos também oportunidade de trocar ideias sobre os benefícios de entregar a um profissional a realização de um projecto de arquitectura e design de interior, como forma de valorizar os espaços propostos. A arquitecta revela-nos que um projecto de arquitectura e design de interiores executado por um profissional traduz-se num trabalho pensado de forma individual, totalmente personalizado, adaptado ao cliente, às suas vivências e adequado à estrutura do edifício existente. 

O processo de acompanhamento que acontece em todos os seus projectos começa quando o cliente exprime os seus desejos e sonhos, sendo fundamental nesta fase inicial, conhecer o local, para conjugar os objectivos do cliente e adequá-los ao espaço. Este acompanhamento profissional estende-se à fase de obra, essencial para que os objectivos propostos sejam cumpridos e para resolver eventuais questões que surjam no decorrer da obra. O processo criativo, por detrás de cada um dos seus projectos, é traçado através das aspirações de quem vai habitar o espaço e, só numa segunda fase surgem outros detalhes, como materiais, cores e peças decorativas.

© Companhia das Cores para Horto do Campo Grande