O meu Natal – partilhas e memórias dos nossos clientes

16 Novembro 2023

Ao longo de mais de 40 anos de actividade, o Horto do Campo Grande criou verdadeiros laços de amizade com clientes particulares, institucionais e empresariais, relações que assumem, nesta época do ano, um simbolismo especial. Na quadra de Natal são muitos os que visitam os nossos gardens – Campo Grande, Quinta da Eira e Fernão Ferro –, em busca de enfeites especiais, peças ou elementos decorativos inspiradores para transformar as suas casas e organizações em locais onde a magia do Natal acontece.

Foi durante estas visitas tão especiais para nós que convidámos alguns dos nossos clientes a partilharem connosco as suas memórias de Natal e também quais os elementos que este ano não podem faltar na sua decoração natalícia.

É com carinho que continuamos a partilhar o Natal dos nossos clientes, que se disponibilizaram prontamente a responder ao nosso desafio.

O meu Natal cheira a canela e chocolate. Tem as cores clássicas, o vermelho do Pai Natal e o verde profundo das agulhas do pinheiro, o brilho resplandecente das luzes no seu ritmado “pisca pisca”, e um presépio lindo, originário de Barcelos, oferecido por uma amiga querida. A nossa árvore tem magia, bonecos de pano, bolas de neve, enfeites cheio de memórias, feitos pelos nossos filhos, bolas com os nomes de todos: Tânia, João, Tomás, Pedro, Mel e Bauer, sim, porque os nossos cães estão sempre connosco, mesmo o Bauer que já está no céu.

Os Natais da minha infância eram sempre com muita família, mesas cheias, um rodopio de travessas e pratos para a frente e para trás, numa azáfama constante e alegre que a todos envolvia. Eram passados em casa dos avós mais maravilhosos do mundo. Actualmente, eles também estão. Vivem nos nossos corações, em cada colherada de mousse de chocolate, em cada gargalhada que se partilha, em cada sorriso de uma criança. Nunca falta a flor de Natal cá em casa, o azevinho, a árvore grande e luminosa, o presépio e o carrossel. Não falta amor. O Natal é Amor.

Natal tem cheiro e são os aromas da quadra que conservo na memória. O cheiro do pinheiro ou da sua resina, do musgo ainda com viço, da canela que traceja o arroz doce imaculado, porque sem gemas, ou melhor ainda se for aletria, do açúcar queimado pela férrea e que coroa o leite-creme…

Natal é brilho, luz, canções que se ouvem à exaustão, sempre as mesmas todos os anos. E até os corações se amaciam. Pena que seja por tão pouco tempo.

Há sempre duas árvores, uma no monte outra na casa de Sintra. A primeira mais rústica, este ano em tons terra a partir de uma árvore seca que mandei cortar e que levei de Fontanelas. A outra mais sofisticada. Este ano, já que nunca faço árvores iguais, em tons de lilás, verdes e rosas. Não carrego as casas de enfeites. O presépio nem sempre faço. Tudo leva muitas horas mas o empolgamento  que sinto é de criança.

Decoro as casas para mim e para o Rui, se bem que ele pouco ligue ao Natal. Eu sim, adoro a quadra e sei o que fazer para o ano seguinte ainda os Reis não chegaram. Não recebemos nesta quadra, até porque habitualmente é tempo de viajar, digamos que é a prenda que dou a mim próprio, já que o dia de Natal não é só do Menino Jesus.

© Companhia das Cores para Horto do Campo Grande