O saguão, a que a arquitectura contemporânea atribui habitualmente pouco valor, tinha no entanto uma razão de ser. Para além de promover o controlo natural da temperatura, a ventilação, iluminação e sombreamento, e a valorização dos compartimentos interiores, permitiu, hoje, a construção de um terraço de múltiplas funções, com um maravilhoso jardim, nas traseiras deste apartamento no centro de Lisboa.

“Saguão”
Pátio estreito e descoberto, no interior do edifício, ou que separa duas traseiras de prédios.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

“Valorizar este espaço de área generosa, com 300m2, foi o ponto de partida deste projecto. Pretendia-se uma utilização multifuncional e protegida”, como nos refere Vera Clara, a arquitecta Paisagista responsável pelo projecto. Um espaço verde organizado de forma a contemplar diferentes áreas de utilização: uma zona de refeições, próxima da cozinha, e da zona onde foi colocado o barbecue, que permitisse uma fácil utilização para as refeições em família ou com amigos; uma zona de convívio, para partilha de bons momentos ao ar livre; assim como uma zona onde as crianças pudessem brincar sem preocupações. Foi solicitado também que, sem colidir com as zonas de lazer, se criassem áreas menos expostas, para uma pequena horta com ervas aromáticas e outras plantações, e uma zona de bastidores, para o estendal de roupa e arrumos. Por fim, conseguiu-se ainda criar uma zona mais reservada, um terraço mais íntimo de apoio à suite principal.

A delimitação e divisão do terraço foi conseguida, em parte, pela utilização de floreiras Horto Collection, desenvolvidas à medida, com diferentes tamanhos e formatos, que permitiram alojar plantas de diferentes portes, e criar espaços mais dinâmicos e reservados. O deck em compósito, foi outro elemento que contribuiu para atingir esse resultado. Estrategicamente colocado em diferentes níveis, auxiliou na demarcação das diferentes áreas de utilização. Foi também projectado um relvado artificial, de qualidade premium, para acolher os jogos e brincadeiras das crianças. A opção pela relva artificial teve dois objectivos fundamentais para os proprietários, não exigir cuidados especiais de manutenção, e não ter necessidade de rega, tornando-se assim mais sustentável, e evitando possíveis infiltrações.

A opção pela utilização de floreiras Horto Collection, na delimitação do terraço e das diferentes áreas de utilização, em detrimento dos tradicionais canteiros em alvenaria, teve também por objectivo salvaguardar a impermeabilização da lage.
As floreiras Horto Collection, desenvolvidas e aperfeiçoadas ao longo dos anos pelo Horto do Campo Grande, são impermeabilizadas no interior com fibra de vidro e sujeitas a um tratamento anticorrosivo que contribui para o aumento da sua resistência e durabilidade. O fundo interior das floreiras Horto Collection contém um sistema de recolha da água da rega em excesso, que fica aí depositada, evitando o apodrecimento das raízes, e mantendo os níveis de humidade e servindo de reserva hídrica para as plantas.

Criar um espaço, de acordo com o budget definido pelo cliente, e que cumprisse todos os seus objectivos, exigiu um esforço no planeamento de todo o projecto, incluindo a selecção das espécies a plantar. Foram aproveitadas todas as plantas que já existiam no espaço (Chamaerops humilis), depois de devidamente tratadas e transplantadas e utilizadas em floreiras cúbicas de maior dimensão, desenhadas de forma a marcar o espaço e criar o ambiente com carácter mais tropical, desejado pelo cliente. Nos limites do espaço, e de forma a conceder alguma privacidade e a esconder algumas vistas menos agradáveis, propôs-se uma sebe mista com Eugenia myrtifolia, Viburnum lucidum e Metrosideros excelsos. Nas floreiras que limitam a zona de estar criou-se um ambiente mais tropical e com plantas de porte alto a médio para fazer uma separação e introduzir maior conforto da zona de estadia, nomeadamente Strelitzias augusta, Asparagus densiflorus myersii, Phormium tenax e Agave attenuata.

Entre a zona de refeições e os sofás colocaram-se espécies de menor porte, com alguma flor, textura e cor de folhagem mais diversa, de forma a não cortar o espaço, manter a visibilidade entre as duas zonas e enriquecer a diversidade botânica e paisagista, incluindo Pittosporum tobira nana, Hebe andersonii, Wrestringia fruticosa e Thymus vulgaris.

O cliente pretendia igualmente uma zona mais afastada junto à porta de acesso à cozinha, para ervas aromáticas, pelo que se aproveitaram floreiras cúbicas existentes para construir uma pequena horta com Salsa, Coentros, Hortelã, Cebolinho e Tomilho.

Após a montagem do deck, da aplicação da relva artificial, a instalação das floreiras, com respetivo enchimento em leca para camada drenante e substrato vegetal, bem como a plantação de todas as espécies, foi então executado o sistema de rega automático com 3 sectores e em tubagem gota-a-gota autocompensante que permite uma redução do consumo de água e que, simultaneamente, permite uma dotação frequente e adequada ao desenvolvimento com qualidade da vegetação plantada em floreiras, privadas de captar água no solo e subsolo como aconteceria em terreno natural.

Neste ambiente, a diversidade de plantas, de diferentes dimensões e tons de verde, assume um papel muito importante: ajudam a definir áreas, a criar uma sensação de delimitação dos espaços, sem comprometer a visão e fluidez do layout total, tornando-se elas próprias um elemento de decoração, contribuindo para uma valorização do conjunto. A introdução da “natureza” permitiu a construção de um ambiente de lazer, multifuncional, de descontracção e relaxamento, que vai certamente contribuir para o bem-estar de quem tem o privilégio dele desfrutar.

SAIBA MAIS SOBRE AS PLANTAS DESTE PROJECTO

© Companhia das Cores para Horto do Campo Grande