No coração do Restelo, uma das zonas mais privilegiadas para viver em Lisboa, a remodelação deste jardim de 400m2 – projecto RPV Arquitetura Paisagista com execução do Horto do Campo Grande –, desenvolvido em simultâneo com a remodelação da moradia, permitiu uma harmonização entre os espaços e criar uma continuidade entre o interior e o exterior, transformando por completo a experiência que os actuais proprietários podem usufruir do mesmo – um refúgio natural onde a serenidade e a beleza se encontram.
O desafio passou por criar um ambiente equilibrado, que unisse elegância e funcionalidade, respeitando a essência do local. O novo design e layout privilegiou formas orgânicas, caminhos que convidam ao passeio e fruição, áreas de lazer pensadas para o conforto e bem-estar dos moradores.
A escolha da vegetação foi feita com especial atenção ao clima e às características do espaço. Espécies autóctones e de baixa manutenção foram combinadas com elementos exóticos, criando uma paleta de verdes exuberantes, pontuada por flores de cores vibrantes, ao longo de todo o ano. Pequenos recantos foram estrategicamente criados para momentos de pausa e descanso, de leitura ou simples contemplação da natureza.
A iluminação desempenhou um papel fundamental na transformação do jardim. Luzes suaves e estrategicamente posicionadas, destacam os contornos das plantas, criam encantadoras sombras que permitem o usufruto do espaço também no período noturno, tornando as noites ao ar livre ainda mais convidativas.
O resultado é uma habitação e um jardim que refletem a personalidade dos seus habitantes: um espaço acolhedor, sofisticado, mas cheio de vida. Um verdadeiro refúgio verde no coração da cidade, onde cada detalhe foi pensado para proporcionar uma experiência sensorial única, trazendo paz e bem-estar a quem o vivência.


Como é que o jardim foi projetado?
O jardim foi dividido em três zonas distintas, cada uma com um propósito específico:
- Zona de entrada: Esta área foi projetada para servir como um espaço de enquadramento e circulação pedonal. A sua função é acolher os visitantes e criar uma transição suave entre o exterior e o interior da moradia, utilizando um caminho de lajetas em betão que conduz às restantes áreas do jardim. A vegetação escolhida para esta zona do jardim teve em conta a arquitetura da habitação mas também do ambiente que se vive no bairro, pelo que se optou por dar ao espaço um ambiente mais mediterrâneo, onde podemos encontrar uma sebe de Photinia fraseri e reconhecer plantas como o aromático Rosmarinus officinalis.
- Zona de acesso automóvel: Para garantir a funcionalidade e a estética, optou-se pela criação de um pavimento em lajetas de betão fabricadas ‘in loco’. Este material foi escolhido pela sua durabilidade e por permitir uma integração fluida com o ambiente natural, garantindo um acesso prático e seguro. Na zona de acesso à garagem, na transição entre a entrada e as traseiras, encontramos uma sebe de Eugenia myrtifolia junto ao muro, e para fazer a separação do acesso à empena da casa, um canteiro de Agapanthus africanus.
- Jardim principal: Esta é a área central do jardim, onde se encontra a piscina e um alpendre com coloridas Bougainvilleas glabra. Anteriormente, a piscina era desproporcional em relação ao espaço disponível, dando a impressão de que dominava todo o jardim. “Com a remodelação, aproveitámos o espaço existente para reconfigurar a piscina, tornando-a menor e mais adequada às necessidades do cliente e promover assim um equilíbrio visual, permitindo que o jardim se destacasse”, explica-nos a Arquitecta Paisagista, Rosarinho Pulido Valente, responsável pelo projecto. Nesta zona circundante à piscina, a vegetação é mais exuberante e tropical, as Strelitzia Nicolai, as Chamaerops humilis, as Phormium tenax e as Nephrolepis cordifolia aqui plantadas, contribuem para nos transportar para um ambiente mais húmido, verde e luxuriante.




Quais foram os principais materiais utilizados na remodelação do jardim?
A escolha dos materiais foi fundamental para garantir a harmonia do projeto. Foram utilizados predominantemente materiais naturais, como o pavimento cerâmico na zona da piscina e vegetação perfeitamente adaptada ao clima lisboeta. A relva de tapete foi aplicada em todas as áreas do jardim, criando uma continuidade visual que conecta os diferentes espaços e contribui para uma leitura unificada do conjunto.
A remodelação do jardim não só revitalizou um espaço anteriormente desatualizado, mas também melhorou a funcionalidade e a estética do lote como um todo. O resultado final é um jardim que reflete a essência contemporânea da moradia, ao mesmo tempo que homenageia as raízes da arquitetura portuguesa com vegetação mediterrânica, mantendo alguns exemplares já existentes no jardim original, proporcionando um ambiente agradável e harmonioso, ideal para o lazer e o convívio familiar.




SAIBA MAIS SOBRE AS PLANTAS DESTE PROJECTO
© Companhia das Cores para Horto do Campo Grande